O Brasil é campeão MUNDIAL quando o assunto é transtorno de ansiedade: nove em cada 100 pessoas sofrem com esse problema.
Mas apesar de ser frequente, ainda é um assunto pouco falado. As pessoas enfrentam muita dificuldade em buscar e receber informações corretas quando o assunto são os transtornos psiquiátricos e, no caso da ansiedade, uma dúvida muito comum é: como saber que a ansiedade virou um problema? Não é normal sentir ansiedade?
São essas perguntas que vou responder até o final desse post.
Imagem: Google
Existe uma ansiedade “normal”?
Sim! Claro que existe!
Todos nós enfrentamos situações em nossas vidas que podem gerar ansiedade: a véspera de uma viagem importante, apresentar um trabalho em público, aguardar a chegada de um filho, ser demitido de forma inesperada ou enfrentar um período de dificuldade financeira. Eu poderia ficar horas citando exemplos.
Todas essas situações nos tiram no estado de tranquilidade porque ativam áreas do nosso cérebro que são responsáveis por identificar possíveis perigos futuros e planejar ações para minimizá-los. Diante de um perigo, todo o nosso corpo entra em estado de alerta: ficamos mais concentrados naquela situação, os músculos ficam mais tensos, o coração acelera, a respiração fica mais rasa… entramos no estado de “luta ou fuga” e, na ansiedade “saudável”, ficamos mais aptos para lidar com aquele problema.
Depois de um período, quando o evento passa ou a situação parece estar sob controle, essa onda de ansiedade diminui, voltamos ao nosso estado anterior e a vida segue.
E quando a ansiedade vira um problema?
Como vimos, a ansiedade nos estimula a entrar em ação. Mas você já deve ter ouvido algo como “todo excesso faz mal”, certo?
Quando esse estado de preocupação com um evento ameaçador é intenso demais ou permanece por muito tempo, ocorre um desequilíbrio no nosso sistema de alerta. A preocupação excessiva e todas as alterações no corpo decorrentes dela ficam tão intensas que, ao invés de facilitar a resolução do problema, acabam fazendo exatamente o contrário: começam a atrapalhar a rotina e, aí sim, podem se tornar um transtorno de ansiedade.
Alguns sintomas de que a ansiedade está excessiva:
- preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar);
- sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer;
- preocupações excessivas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;
- medo extremo de algum objeto ou situação em particular;
- medo exagerado de ser humilhado publicamente;
- falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade.
Consegue perceber a diferença enorme que existe da ansiedade “saudável” para esses sintomas descritos?
Se você convive com esses sintomas, procure ajuda de um psiquiatra ou psicólogo de sua confiança. Existem tipos diferentes de transtornos (veremos nos próximos posts) e muitas possibilidades de tratamento.
Mas uma coisa não existe: um vida de qualidade na presença de um transtorno de ansiedade.
Um abraço e até o próximo post!